A integração sensorial é um processo inconsciente do cérebro que organiza as informações recebidas pelos sentidos nos permitindo agir ou responder a uma situação de forma organizada e com objetivo definido.
Pessoas típicas podem não gostar de barulhos, mas ser capaz de permanecer em um ambiente barulhento. O problema ocorre quando um indivíduo tem dificuldade nas suas atividades diárias por não conseguir lidar com as sensações que recebe.
Crianças autistas tendem a responder de forma exagerada ou diminuída aos estímulos. A dificuldade na modulação sensorial acaba muitas vezes sobrecarregando a criança, aumentando seu alerta ou, ao contrário, deixando um tanto ausente ao que se passa à sua volta. Crianças com autismo frequentemente apresentam dificuldades na modulação sensorial e regulação do alerta, e isso impacta na possibilidade em focar atenção e no comportamento. O estado de alerta pode variar rapidamente, podendo ser hiporresponsivas em um sistema sensorial e hiperresponsivas em outro.
A intervenção da terapia ocupacional dentro da abordagem da integração sensorial baseia-se em oferecer às crianças inputs sensoriais adequados e controlados, de forma gradual, para que elas consigam aprimorar suas ações e melhorar sua participação e interação.
Se você é profissional de saúde ou educador e lida com crianças autistas, lembre-se de analisar as atividades propostas e o ambiente que a crianças está inserida para promover e assegurar sua participação. Quem nos dirá se as estratégias estão funcionando ou não será a própria criança.
Soares & Mousinho. Tenho um aluno autista - e agora? Belo Horizone, Artesã, 2021.