Os sintomas iniciais do TEA não são uniformes: podem surgir em alguns casos ainda no primeiro ano de vida, mas na maioria é mais consistente entre 12 e 24 meses de idade.
No primeiro ano de vida, podemos observar algumas características de alerta:
- Crianças que estejam no berçário poderão não sustentar o olhar com o cuidador no momento da amamentação, não acompanhando os diversos sons do ambiente ou apresentando extremo desconforto.
- Frequentemente terão mais interesse em um objeto em relação ao rosto do cuidador, não correspondendo ao sorriso, não apresentando balbucios ou a intenção de se comunicar através de choro ou intensidade de sons diferentes.
No segundo e terceiro ano de vida, a criança pode apresentar:
- Atraso nas primeiras palavras ou, quando surgem, podem parecer normais, mas com frequência e repetição sem autonomia ou espontaneidade, pouca variação na expressão facial em sua comunicação, e por vezes, pode repetir a fala do adulto (ecolalia), além de não acompanhar o contato visual ou gestual e outras pessoas.
- Pode possuir a tendência de brincar sozinho ou apenas assistir a outras crianças, mas não participando. Quando participa, não compreende bem as brincadeiras. A qualidade ou a variedade na brincadeira pode ser limitada, interessando-se por partes do brinquedo, como a roda do carrinho, sem utilizar o objeto em brincadeira simbólica e engajar-se no “faz de conta”.
- Podem ocorrer também alterações nos hábitos alimentares, restrição dos interesses e alterações motoras, com um padrão repetitivo, sem um propósito específico (estereotipias).
O diagnóstico é realizado através de características comportamentais e, até o momento não existem exames ou marcadores específicos, sendo a avaliação clínica e história do desenvolvimento a principal forma de diagnóstico.
Soares & Mousinho. Tenho um aluno autista - e agora? Belo Horizone, Artesã, 2021.